Neste livro, são analisadas as políticas do Estado colonial português em Angola, no momento em que as revoltas de libertação abriram as portas à descolonização. Os principais acontecimentos em análise são as revoltas de 1961, nas plantações de algodão da Baixa de Cassange, nas prisões de Luanda e nas regiões de produção de café do Uíge. Do estudo dos acontecimentos, investigam-se alguns processos capazes de ajudar a ir mais fundo na reconstituição dos modos de tomada de decisão. Foi assim que foram traçádas a longa história da destribalização, a do sistema carcerário e a da Casa dos Estudantes do Império, no confronto com o trabalho que veio a ser desenvolvido pelo Gabinete dos Negócios Políticos. Este último foi a principal organização da administração central que tratou as informações de todo o império e elaborou planos proto-totalitários, em tempo de revoltas.
Diogo Ramada Curto (dir.); Bernardo Pinto da Cruz; Teresa Furtado. Ediçoes Afrontamento 324 pp., 2016, ISBN: 978-972-36-1484-8.