Jornal COMBATE - 2 publicações Vosstanie Editions

Jornal COMBATE - 2 publicações Vosstanie Editions
Jornal COMBATE - Vosstanie Editions

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

GREVES E O 25 DE ABRIL / José PIRES


 GREVES E O 25 DE ABRIL / José PIRES
Edições Base, sd, coll. [O povo em acção]. 277 pgs

Acçao grevista antes e depois do 25 abril
 


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

"Portugal, la révolution oubliée", tome 1. Un livre de Danúbia Mendes Abadia : "Combate et les luttes sociales pour l’autonomie"



Le coup d’État organisé le 25 avril 1974 par le MFA (Mouvement des forces armées) marqua la fin de quarante-huit années de régime fasciste au Portugal. Cependant, peu de temps après le 25 avril, la réorganisation des nouvelles structures de pouvoir et la reprise de l’accumulation de capital dans le pays furent déstabilisées par un vaste processus d’auto-organisation des travailleurs et travailleuses. Le développement de la pratique de l’autogestion des luttes dans les entreprises, les quartiers, les campagnes et les colonies portugaises fut accompagné par le groupe qui publia le journal Combate, entre juin 1974 et février 1978 ; c’est en accompagnant les luttes pour l’autonomie qui s‘inscrivirent dans le processus révolutionnaire que Combate put diagnostiquer, in loco, le processus de développement du Capital, ainsi que les formes d’organisation autonome de la classe ouvrière.
Danúbia Mendes Abadia

Qui se souvient du fait que 450 usines ont tourné en autogestion, mobilisant plus de 30 000 travailleurs, pendant plusieurs mois voire plusieurs années au Portugal ? Qui, à gauche et à l’extrême gauche, s’est intéressé, ou s’intéresse, encore aux discussions passionnantes qui se déroulaient dans le cadre des commissions de travailleurs, des commissions d’habitants et dans les coopératives agricoles ? Ce premier volume fournit les éléments de base pour comprendre ce qui s’est passé durant cette période. Ce livre, écrit par une universitaire brésilienne, analyse les luttes pour l’autonomie au Portugal, à des années lumière des récits politiciens des militants ou des historiens qui se focalisent uniquement sur les positions des partis, ou des groupuscules, et ignorent l’action décisive des masses. Un second volume reproduira les éditoriaux de Combate et de nombreuses interviews et discussions entre les travailleurs et travailleuses qui furent publiées dans les colonnes de ce journal libertaire qui donna la parole aux prolétaires en lutte pendant quatre années.


Éditions Ni patrie ni frontières 190 pages, 12 euros, en vente à partir du 15 janvier 2018


Pour en savoir plus 


Voir aussi notre émission avec João Bernardo
pour connaitre son parcours militant et l'expérience du 
journal Combate


Mais aussi notre émission de 17h30 sur

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Recordações de um proletário / José Francisco

Recordações de um proletário
Achegas para a história da acção o dos libertários em Portugal

Lisboa, Editora Sementeira, 1985. 69p.



Um livro de memórias. 
Mais uma escolha de textos de um homem que viveu situações e quotidianos que fazem já parte, irremediavelmente, de um passado. 
Homem do povo, trabalhador, militante das boas causas, José Francisco conta-nos, neste livrinho, mais alguns episódios da sua experiência, da actividade sindical revolucionária dos fins da primeira república, aos alvores de liberdade do 25 de Abril, e sobretudo da sua acção anti—fascista no tempo do salazarismo triunfante. 
Lições que o autor não gostaria de ver perderem-se para as novas gerações, embora sabendo que só elas poderão construir os seus próprios caminhos. Um testemunho que temos gosto de pôr em circulação.

Introdução
Página de abertura
Vida e acção militante
Rumo: Madeira e Açores
Caixa da Marinha Mercante: a velha e a nova
Federação de Transportes
Cooperativa Aliança Operária
Clube Recreativo de Caxias
A Casa do Pessoal da Caixa da Marinha
Mercante
Mais para além do 25 de Abril
A militância continua
Folhas dispersas
Elementos de doutrina anarquista




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Introduction à l'histoire du MOUVEMENT LIBERTAIRE AU PORTUGAL (parution)

Introduction à l'histoire du 
MOUVEMENT LIBERTAIRE 
AU PORTUGAL
Suivi de 
Caractéristiques de l'activité fouriériste 
dans la Péninsule ibérique.

CARLOS DA FONSECA





 La première édition de cette brochure est parue au CIRA 
[Centre International de Recherches sur l'Anarchisme] en 1973.

Le deuxième texte est extrait de la revue   
Autogestion et Socialisme, Charles FOURIER, Paris: Anthropos, n°20/21 - 1972.


TABLE

1. Sources d'inspiration

(Proudhon, Reclus et Kropotkine, Le syndicalisme révolutionnaire).

2. La Première Internationale ; La traversée du désert.

3. L'expansion de l'idéal libertaire.

4. Le terrorisme révolutionnaire.

5. L'orientation syndicaliste.

6. Congrès et conférences anarchistes.

Petit répertoire de la presse anarchiste portugaise [1886-1932]

Suivi de  

Caractéristiques de l'activité fouriériste 
dans la Péninsule ibérique.

*

Éditions ArqOperaria / Vosstanie, 2017 - 60p.

*




EXTRAIT




“Considérant que la propriété individuelle, la matière première et les instruments de travail, dans l'organisation sociale actuelle, sont l'origine de la misère des travailleurs;
que l'état politique indispensable au maintien de la propriété individuelle, est la cause du despotisme, du privilège, de la division des classes, de la décomposition et de la corruption sociale;

que, en conséquence, la classe laborieuse, pour atteindre un meilleur avenir et réaliser son émancipation, doit éliminer l’État et la propriété individuelle;

que l'émancipation de la classe laborieuse ne consiste pas à usurper la ploutocratie, mais à la détruire, quelle qu'elle soit…

Le groupe communiste-anarchiste de Lisbonne se constitue indépendamment de tout parti politique, pour répandre et développer ses théories, prêcher la révolution et la liquidation sociale, comme moyen indispensable à l'émancipation des classes laborieuses. En conséquence le groupe communiste-anarchiste repousse :

1) - la légalité des moyens d'action tels que les agitations électorales ou les mystifications parlementaires;

2 ) - la légalité imposée par l’État ou la religion, à la constitution de la famille
3) - la soumission à toute autorité personnelle ou législative, absolue, mandataire
ou paternelle;

4) - le sentiment patriotique ou national, l'égoïsme de race, de religions et de langues.

Comme moyens d'action le groupe communiste-anarchiste accepte ceux que prescrivent les revendications de la personnalité individuelle et les conditions de la société :
1) – la pratique de la solidarité avec tous les groupes et tous les individus qui veulent, comme nous, détruire le système social contemporain;

2) –l'abstention du suffrage, la désertion de la caserne, la grève violente, la propagande illégale sur le terrain des faits, et tous les autres moyens qui peuvent hâter la décomposition politique et économique des états;

3) – la vigilance attentive pour profiter de toute désorganisation des pouvoirs publics et procéder à la liquidation sociale.

Et, en prévision de l'organisation future, le groupe inscrit sur sa bannière, les mots
Communisme-anarchisme”

Grupo Comunista-Anarquista de Lisbonne : Revoltado n°1, 1887
 

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O futuro é para sempre / Paula Godinho

O futuro é para sempre.

Experiência, expectativa e práticas possíveis tem por objectivo principal partir em busca de práticas possíveis, a partir das quais os seres humanos delineiam futuros, em situações de mudança.


O livro articula três investigações realizadas em Portugal e na Galiza, em conjunturas diversas. Através delas, procura-se analisar certas “práticas possíveis” entre agentes sociais concretos: as mulheres e os homens do Couço, no sul de Portugal, envolvidos no processo de Reforma Agrária, na sequência do 25 de Abril de 1974; as trabalhadoras têxteis de Verim, no sul da Galiza, na atualidade; os habitantes do Couto Misto, durante o processo de delimitação da fronteira entre os estados espanhol e português, no século XIX. As “práticas possíveis” remetem para instantes empolgantes, rotinas necessárias, ou fugas imperativas. Esses momentos da vida individual e colectiva estão dependentes do momento, da correlação de forças em campos sociais elásticos, de encadeamentos de escalas diversas e da relação entre a experiência e a expectativa dos agentes sociais. Num processo paralelo, pretende reabilitar-se a dimensão do político na prática e na análise das sociedades, no sentido de uma nova esperança para as pessoas e para as próprias ciências sociais. 

Letra Livre / Através Editora. Lisboa, 2017

sábado, 12 de agosto de 2017

Dicionário de História de Portugal - O 25 de Abril (Livraria Figueirinhas)


[O três primeiros volumes] do "Dicionário de História de Portugal - O 25 de Abril" (Figueirinhas), coordenada por António Reis, Maria Inácia Rezola e Paula Borges Santos.
Quatro décadas após o golpe militar do 25 de Abril de 1974, actualiza-se o Dicionário de História de Portugal, obra pensada e iniciada pelo Joel Serrão, com a publicação do suplemento relativo ao período da transição para a democracia (1974-1976). A obra que aqui se apresenta trata desse intenso processo histórico, marcado por vários momentos chave, e procura sistematizar, com rigor científico, informação sobre instituições políticas, jurídicas, culturais, sociais e económicas; partidos políticos; biografias de personagens políticos, militares, culturais e religiosos; aspectos gerais sobre o Estado e as suas políticas públicas, os principais movimentos sociais, as ideologias, a economia e a inovação, a diversidade religiosa, a literatura e a arte.
O projecto, que se preparou durante cerca de quatro anos, envolveu uma equipa de mais de 150 especialistas e investigadores de diferentes áreas disciplinares, e visa colmatar uma lacuna no panorama académico e editorial, tantas vezes assinalada pelos próprios estudiosos desta época. O seu objectivo foi o de fornecer um instrumento de síntese, onde tanto se reúne informação já trabalhada como se abordam problemas pouco ou mal estudados.

A luta de classes em Portugal / Paul M.Sweezy

A luta de classes em Portugal 
Paul M.Sweezy 



Arcadia 1975.(Alternativas Socialistas número especial)  64p.  Tradução Francisco Agarez.
 
Este texto foi publivado na revista socialistz independente Monthly Review, editada nos E.U.A e da qual Paul Sweezy é Director. A 1.a Parte saiu no n.° de Setembro de 1975 e a 2.a Parte no n° de Outubro de 1975.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Roteiros da Memória Urbana – Porto / João Freire, Maria Alexandre Lousada

Roteiros da Memória Urbana – Porto

Marcas deixadas por libertários e afins ao longo do século XX

 

Sinopse:

No primeiro terço do século XX, o Porto era a segunda a maior cidade do país, a mais produtiva e aquela que dispunha do maior volume de força‐de‐trabalho operário (oficinal e industrial), ostentando com orgulho a divisa de “liberal” e o epíteto de “capital do norte”. Com as vilas de Gaia e Matosinhos já estreitamente a si associadas, o Porto era um meio urbano especialmente permeável ao anarco‐ sindicalismo e aos seus enraizamentos educativos e culturais nos diversos bairros da cidade, constituindo a expressão nortenha do movimento social crítico e alternativo dessa época em Portugal. Após o 25 de Abril de 1974, muito tinha mudado na cidade, a partir do seu centro, da Câmara e da Avenida dos Aliados. Mas aí irromperam também os “novos movimentos sociais” impulsionados sobretudo pelos jovens: feminismo, pacifismo, ecologismo.


Índice:
Apresentação

Organização, metodologia e fontes

Parte I - Referências e itinerários da memória: 1905, 1925 e circunvizinhanças
Sítios com história
Guia para uma visita
Militantes
Grupos e associações
Sindicatos de trabalhadores
Jornais e revistas

Parte II - Na origem da nossa época: 1975 e proximidades
Locais de referência
Grupos e associações
Jornais e revistas
Fontes e bibliografia sumária
 
Anexos
Cronologia seleccionada
 Militantes e grupos libertários do Porto
Tabela de siglas
Proveniência de fotografias
Índice dos mapas
Índice onomástico remissivo

Edições Colibri, 124 p. 2013

sexta-feira, 28 de julho de 2017

25 avril la dictature fasciste s'effondre à Lisbonne : Problèmes de la révolution portugaise (1976) - Documents L'O.C.I . N°3

 Documents L'O.C.I .
N°3  
Problèmes de la révolution portugaise
25 avril la dictature fasciste s'effondre à Lisbonne 
SELIO, 1976, 142 pages.
Le point de vue de l'Organisation communiste internationaliste (ou OCI) trotskiste.

Au delà de la perspective (4eme internationale) et de la rhétorique militante surannée, l'ouvrage est centré sur la lutte des ouvriers de la Lisnave avec certaines informations. 

Pour mémoire la Lisnave c'était 8500 ouvriers dans le chantier principal 12 à 13000 avec les entreprises annexes dépendant de la Lisnave.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

La société communiste se passera-t-elle d'ascenseurs et de motocyclettes ?

La société communiste se passera-t-elle d'ascenseurs et de motocyclettes ?

A PROPOS DE A FABRICA DE NADA de PEDRO PINHO
(L’USINE DE RIEN) - 2017




Faire part de quelques impressions sur un objet cinématographique de 177 minutes n’est pas une tâche aisée. S’il s’agit de le faire, c’est que d’une certaine manière nous ne sommes pas restés insensibles. Même si les commentaires ne sont pas forcément que positifs. Pour autant l’objet touche son objectif à savoir interroger, se questionner jusqu’au point de se faire critique de la critique du point de vue ou des idées exprimées.

D’une certaine manière une forme de comparaison s’impose presque avec un autre film, celui de Miguel Gomes (2015) - Les Mille et Une Nuits (As Mil e Uma Noites) sur fond de cette fameuse “crise”, de poésie, de bouffonnerie nihiliste et dépressive, d’interviews d’anonymes face caméra, ou les déroulements de vies nous indiquent que derrière cette inexorable désagrégation se trouve des individus brisés par le capitalisme.

La similitude, de certains procédés entre les deux films (On pense au 1er film de la trilogie de M.Gomes L'Inquiet ( O Inquieto ) questionne donc bien au-delà de l’esthétique. Car une forme du réel s’invite donc dans la fiction. Alors que la tonalité du moment serait plutôt à ce que la fiction s’invite dans un pseudo réel.

Le film, vendu par son distributeur pendant cette première diffusion aux Forum des Images à Paris le 10 juin 2017, comme une sorte de produit quasi total ou s'entrecroiserait comédie musicale (pour les fans de La La Land ?) documentaire, film d’auteur, voir politique ou “engagé” nous a laissé perplexe pour différentes raisons qui sont principalement politiques, de par son parti-pris esthétique.

La question s’était déjà posée d’une certainement manière pour le film de M. Gomes dont le discours politique ne décollait pas de l’arrière-train social-démocrate - type Bloco de Esquerda, et lui permettait de broder une métaphore aussi grosse que viriliste sur l'absence de “couilles” des politiques pour réguler le folklore local et l’économie.

Nous ne cachons pas d’être allés voir le film de Pedro Pinho pour une raison qui a la fois relevait de notre intérêt sur la situation du Portugal contemporain mais aussi parce que la bande annonce déclarait de manière assez ouverte que ce film se plaçait sous le signe d’une démarche plutôt en rupture avec celle de M.GOMES plus particulièrement sous l’angle de la critique de la valeur. (Voir la bande annonce)

Mais son argument principal est à notre avis possiblement devenu son point de faiblesse voir même un sorte de cache misère, un mauvais alibi intello d’un cinéma d’auteur épuisé.

Qui lui permet d’ailleurs de ne pas interroger la “politique” c’est à dire les politiciens comme l’escroquerie / racket du Bloco par exemple, ou même l’intervention consciente de classe.

Notre première impression en sortant de la salle aura été de se demander ce qu’il s’était passé depuis Ossos de Pedro Costa, sorti en (1997) ? ou de Os Mutantes (1998) de Teresa Villaverde voire même depuis la mort de João César Monteiro.

Que peut bien nous apprendre ce type de production qui se présente comme collective ? Est-ce le signe de la décomposition ou de transformation d’un pays ?

A notre avis ce que nous avons pu noter est surtout marqué par une forme d'extériorité qui frise d’ailleurs, pendant une certaine scène qui se veut “conviviale” le tragi-comique. (Voir plus loin)

Pour ce qui est des thématiques ou pourra dire que tout est effleuré mais que l’on reste trop longuement (à notre goût)  au niveau de l’écume. Du “plan social” à la critique du travail et de son sens, d’Avril 74 et de ses illusions, de l’anomie sociale jusqu’au nihilisme consubstantiel au capitalisme.

On s’interroge quelque peu sur cette désindustrialisation filmée explicitement et comme ligne de force du film qui ne date pas vraiment de ces dernières années. En effet la crise du textile et de la chaussure a des racines bien plus anciennes par exemple. Mais finalement ce propos même s’il a peu d’importance n’a presque plus d'intérêt puisqu’il vient alimenter la problématique de fond, celle de la “crise” du travail, de la valorisation, et de l'obsolescence de l’homme comme “capital variable”.

Le temps du A cantiga é uma arma (1) est fort loin on le constatera et on ne s’en désespère pas. Pas pour la pugnacité et la rage des chansons. Mais pour l’état d’esprit que cela accompagnait, c’est à dire un certain dogmatisme aboyeur, matrice des autoritarismes, et qui ne se revendiquait pas forcément des théories de l’Avant-garde en politique.

C’est pourquoi on accordera facilement à ce film une forme de tonalité apaisée qui ne consiste pas à asséner mais à mettre en regard des problématiques avec une certaine honnêteté même si l’on entend bien le parti pris, évidement, qui est celui de la critique de la valeur. Cette dernière étant écartelée entre un radical-mécanisme théorique mâtinée de psychanalysme et par cette vieille critique moralisante du consumérisme modernisée sous la religion de la décroissance. Qui n’a pu déboucher ces dernières années que sur une forme de militance pédago-alternativiste "critique", aux velléités crypto-intersectionnelles.

De La scène à la Cène

C’est autour de ce vieux débat sur l’autogestion qu’a lieu une scène d’un vrai ? repas qui suscite chez nous donc un vrai problème d’ordre esthétique et qui n’est rien de moins qu’éminemment politique.

En effet au milieu du film (?) a donc lieu un repas, policé entre individus manifestement “éduqués” pouvant discuter sans cris, un verre de vin à la main et sans ce regard vide que l’on connait tous après une journée de labeur. Ils échangent tranquillement des propos sur ce que peut et doit faire la classe ouvrière. L’autogestion...ou pas ? Limites et possibilités. Ceci sans ce fameux problème de la barrière de la de langue que tous comprennent par on ne sait quelle “magie”.... L’internationalisme de salon à ses secrets…la réalisation aussi.

On y aperçoit le pape du rien-de-nouveau-sous-le-soleil-critique-de-la-valeur, filmé en gros plan de profil (pour éviter le côté énième conférence probablement) avec d’autres, dont un pseudo inconnu argentin ? de son état et protagoniste du film, et dont le rôle étrange, si extérieur pourrait donner lieu à de nombreux commentaires. Se joint à cette table d’autres inconnus dont une qui l’est moins peut-être pour des familiers du pays et qui n’est autre qu’Isabel do Carmo ancienne dirigeante du PRP ( Partido Revolucionário do Proletariado ) formation d’inspiration guevariste, active un peu avant pendant et après la dite “révolution des œillets”. Senhora Doutora, Isabel Do Carmo reconvertie depuis 20 ans dans la publication de très nombreux d’ouvrages à destination des personnes en surcharge pondérale.

C’est autour de ces personnages “extérieurs” de par leurs statuts finalement si étrangers à celui de la condition ouvrière, qu’a lieu une discussion où une forme de débat aussi dérangeant qu’aliéné, sur les limites et possibilités de l’autogestion. Celui-ci a d’ailleurs toujours été longuement discuté dans le mouvement révolutionnaire même s’il fut minoritaire. Mais cette séquence vient à notre avis souligner le fossé entre la théorie et la pratique. D’un côté les “théoriciens”, pour certains ayant fricoté problématiquement avec l’avant-gardisme, des pédagogues de la radicalité critique, séminarisant professionnellement ou pas, ici et là et même Debout, de l’autre les prolétaires dont la mise en lumière oscille entre accablement et misérabilisme, bouffonnades et interrogations.

Un monde si “extérieur” ou l’on frise très clairement le moralisme (dans cette scène) et le sous-baudrillard(isme), ou les ouvriers sont encore accusés de ne vouloir que “consommer” ! on se demande toujours avec quel non-salaire… Voilà les prolétaires sans idées, pratiques, combats propres, dont les perspectives finalement ne seraient que “pragmatiques”, le prolétaire ne penserait qu’avec son bide.

A la suite est égrené le chapelet de thématiques propre au courant de la valeur, débat sur le capital fictif, crise du travail, collapsus du capitalisme, ou la vieille thèse catastrophiste de l’effondrement, c’est à dire toute la panoplie plutôt anxiogène, avec une lucide et juste critique de l’autogestion certes, mais pour finalement nous inviter à la gestion des “jardins communs” (sic) ! Autant dire ici que la proposition peut paraitre presque survivaliste.

Toujours est -il que le projet n’en reste pas moins interclassiste et romantique et il permet d’évacuer bien des débats. Surtout celui de l’affrontement de classe. Notamment grâce à quelques pirouettes mécanistes ou l'immanence du capital donne la possibilité d’évacuer les individus (et individualités) et les groupes qui n’existent plus vraiment ! et bien sûr cela est dit très doctement et tranquillement et quasi explicitement d’un point de vue qui est celui d’une certaine hauteur sans mépris mais avec tellement de distance...

On attendra donc tous les convaincus par la démonstration, dans l’arrière-pays de la région du Minho ou sont disponibles les forêts et les terres en friches, mais aussi de vieilles maisons de paysans à retaper. A moins que le feu ne s'en occupe...

Le pragmatisme pro-autogestion s’il n’est bien sûr absolument pas satisfaisant pose malgré lui quelques questions à notre avis fondamentales. Pour le cas du film, ou il s’agit d'auto-gérer une usine de fabrication d'ascenseurs, il va de soi que la concurrence, le marché se chargera toujours de régler le débat en dernière instance, aussi utopique et même pratique-réaliste soit la démarche. En revanche elle pose une vraie question et fort sérieuse à notre avis : la société communiste, libertaire - se passera-t-elle d'ascenseurs ? Question qui n'est point travaillée dans le film et les débats. Cette usine ne fabrique-t-elle vraiment rien d’utile ? est-elle vraiment “l’usine de rien” ? L’ascenseur est-il bourgeois ou capitaliste ?

Si le débat sur l’autogestion reste encore accessible on se demande quand même ce que le spectateur moyen peut bien comprendre sur celui de la critique de la valeur, ou il faut le dire, A.Jappe reste inaudible voir même incompréhensible. Les thèses en voix off qui parsèment le film n’ajoutent qu’une forme d’intellectualité plutôt factice comme un mauvais collage, dont le film pouvait clairement se passer. Mais il en perdrait alors sa particularité marchande jusqu’au point de se noyer dans le magma du cinéma pour dépressifs qu’il n’est pas interdit d'apprécier à très petite dose.

Si la fin du film se termine sur une tonalité d’espoir, et qu’elle ressemble à une forme de “choix”, elle n’est pourtant pas sans ambiguïtés.

Le personnage qui se veut central se trouve être comme “convaincu” par cet individu argentin venu d’on ne sait ou pour tisser des relations inter-autogestionnaires dans un monde de marché, ceci comme une aventure possible. Cette extériorité n’est pas sans poser quelques interrogations. On laissera ceux qui verront le film y réfléchir pour se questionner sur son rôle mais aussi sur son “projet”.

Mais ce n’est pas la seule ambiguïté dans cette toute fin de film. Alors qu’il acte pour continuer “l’aventure”, peut-être la seule alternative finalement avec celle de quitter le pays, (entre 2011 et 2013, 300.000 portugais sont allés chercher leur “salut” à l'étranger. (2)) notre protagoniste principal qui roule à moto fait le choix de laisser celle-ci bord de la route. Est-ce par conviction ? (serait-elle en panne ?) Ceci pour rejoindre l'arrêt de bus et faire le choix du commun transport avec d’autres prolétaires.

Mais ce geste, s’il se révèle à nos yeux comme écolo-décroissant, par on ne sait qu’elle illumination, ferait presque écho à une imprégnation du discours sur l'austérité. Il serait son versant intégré et puritain. Puritanisme qui traverse tous les projets d’émancipation en crise parce que dévitalisés de perspectives. C’est bien le risque quand la morale (ou de l’éthique que l’on tente d’universalisée) s’invite dans le champ du politique, et qu’elle se substitue à la pratique collective de classe ou que la transformation radicale du monde devient une histoire de comportement personnel.

Le chemin n’est pas l’horizon sauf à considérer qu’être ensemble serait suffisant. Suffisant pourquoi faire au juste ? Le mythe du commun ou de la communauté comme possible qui viendrait résoudre toute une série d’interrogations est une approche trop mystique (3). Cette forme de parade contre l’Avoir par l'Être-ensemble, côtoie trop à notre goût une forme de cette morale des liens qui libèrent et qui se change trop vite quand elle devient une thèse, en oppression du collectif. C’est la seule que puisse nous proposer les apôtres de la simplicité volontaire (forcée pour les autres) de salle à manger, et qui fantasment la communauté des bonnes volontés par leurs isolements et leur mode de vie individualiste, réellement vécu et probablement coupable.

La société communiste pourrait bien nous permettre de rouler seuls en motocyclettes ...et si cela l’était pas le cas en vaudrait-elle seulement la peine ? Le communisme ne sera pas la fausse abondance capitaliste c’est certain, pas plus la pénurie joyeuse, mais encore moins un cours de botanique autogéré dans les jardins obligatoirement communs.

Au-delà d’un fantasme d’urbains, il serait intéressant d’interroger d’une manière plus générale pourquoi l’idéologie “ambientaliste” raisonne de cette manière dans ce pays ? Qu’annonce-t-elle ? que dit-elle ?

Malgré lui ce film qui se veut “collectif” reproduit ce qui devait être politiquement critiqué. Critiqué puisqu’il s’annonçait “critique”.

Rien sur la critique de la séparation au sens large. Séparation entre “intellectuels” et “ouvriers”, séparés par cette scène du repas (qui coupe le film en deux) jusqu’au point d’y retrouver une vieille figure de l’avant-gardisme portugais des années 70. - Il en va de même du questionnement sur la séparation d’avec les moyens de production. Cette catégorie devait également être mise en débat au risque de reproduire ce que l’on combat ou dénonce.

C’est aussi le regard du réalisateur ( de ceux qui ont participé à cette œuvre, mais pas forcement...)  qui doit aussi être questionné peut-être comme inconscient de classe, tempérament de groupie, peut-être même comme une forme de fascination théoriciste "critique".

La montagne a-t-elle encore accouchée d’une souris ? c’est bien possible.


Notes.

(Version du texte révisée le 29/6/2017)


Peut-être que le problème touche à cette manière de faire rentrer la critique de l'économie politique dans la création artistique ....

(1) A Cantiga é Uma Arma (1975) Interpretação: Grupo de Ação Cultural (GAC) – Vozes na Luta Letra: José Mário Branco

(2) http://www.lexpress.fr/actualites/1/actualite/en-depit-de-la-reprise-l-exode-des-jeunes-portugais-continue_1555581.html

(3) Par extension voir aussi l'étymologie du mot religion (religio)


Voir aussi


Utopie et socialisme au Portugal au XIXe siècle


Utopie et socialisme au Portugal au XIXe siècle 
ACTES DU COLLOQUE PARIS, 10-13 janvier 1979
FONDATION CALOUSTE GULBENKIAN, 1982 - 625 p.



INDEX GENERAL



JOSÉ CARLOS SEABRA PEREIRA : Autour de la thématique politique et de l'engagement dans la Littérature Portugaise. De l'Ultimatum au Régicide.
 
MANUEL VILLAVERDE CABRAL : Politique de l'État et du Patronat à l'égard de la Classe Ouvrière de 1890 à 1914.
 
A. SILBERT : Utopie et Socialisme de 1871 à 1874, d'après la Correspondance Diplomatique Française.
 
JOSÉ GENTIL DA SILVA : Le modèle étranger dominant et le freinage d'une pensée nationale portugaise aux XIXe siècle.

DANIEL-HENRI PAGEAUX: Lamennais en Péninsule Ibérique : Notes sur la diffusion des idées menaisiennes en Espagne et au Portugal (1834-1840)

FREDERIC MAURO : L'Utopie chez les émigrants açoréens au Brésil au XIXe siècle.
 
SÉRGIO LOPES : Utopie, Chiliasme et Mythe comme « modes idéologiques » : Peut-on repérer des aspects « quasi-millénaires » dans le mouvement ouvrier portugais avant 1917 ? 

M. L. NABINGER DE ALMEIDA: Aperçu critique sur l'idéologie des immigrants portugais au Brésil à la fin du XIXe siècle.

JOSÉ PACHECO PEREIRA : Elementos para o estudo da origem do Movimento Operario no Porto : As Associações Mutualistas.

MARIE CHRISTINE VOLOVITCH: Quelques aspects importants du Catholicisme Social au Portugal entre 1890 et 1910.

EDUARDO LOURENÇO : Antero ou du Socialisme comme Utopie.
 
AMÉRICO NUNES: Le Jornal do Centro Promotor : un journal utopique ? Analyse thématique du Jornal do Centro Promotor dos melhoramentos das classes laboriosas .
 
MARIA TERESA SALGADO : Angelina Vidal : Entre le Socialisme et le Féminisme.
 
PIERRE RIVAS; Utopie ibérique et idéologie d'un Fédéralisme Social Pan-Latin.
 
JOEL SERRAO : Du Socialisme libertaire à l'Anarchisme.
 
CARLOS DA FONSECA : La Classe Ouvrière Portugaise entre la Tradition et la Modernité.
 
FERNANDO MEDEIROS: Esquisse d'analyse des tentatives de réalisation d'une culture ouvrière.
 
DEJANIRAH COUTO-POTACHE : Les origines du Féminisme au Portugal.
 
BERNHARD BAYERLEIN: La Première Internationale au Portugal, vue à travers la Correspondance internationale, particulièrement celle avec le Conseil Générale.
 
ALFREDO MARGARIDO : Quelques mythes agriculturistes et instructionnistes dans la pensée et la pratique portugaise (particulièrement chez Antonio F. de Casilho) pendant la première moitié du XIX siècle.

THEA DUIJKER : À propos, de l'Institut International d'Histoire Sociale (I.I.S.G.) et de ses collections Portugaise et brésilienne

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Breve história do pensamento e da lutas sociais em Portugal / Edgar Rodrigues

Breve história do pensamento e da lutas sociais em Portugal
 Edgar Rodrigues


 Assírio & Alvim, Cardernos peninsulares - 1977.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Le colonialisme portugais en Afrique la fin d'une ère par Eduardo de Sousa Ferreira


Le colonialisme portugais en Afrique: la fin d’une ère
Les effets du colonialisme portugais sur l’éducation, la science, la culture et l’information
par Eduardo de Sousa Ferreira avec une introduction de Basil Davidson 
Les Presses de l’Unesco Paris 1974 - 176 p.

3 publications du Comité national de soutien de la lutte de libération nationale dans les colonies Portugaises.


LUTTE DE LIBÉRATION
DANS LES
COLONIES PORTUGAISES
(1970)


 LE BARRAGE DE
CABORA BASSA



 LA FRANCE 
ET LA GUERRE
COLONIALE PORTUGAISE 


 EXTRAIT 
(Prochainement)


  

segunda-feira, 5 de junho de 2017

O SIDONISMO E O MOVIMENTO OPERÁRIO PORTUGUÊS / António José TELO

O SIDONISMO E O MOVIMENTO OPERÁRIO PORTUGUÊS
Luta de classes em Portugal, 1917-1919

António José TELO 

 Ulmeiro, Lisboa, 1977. In-8º de 326p





E inútil realçar a importancia dos anos de 1917-1919 a nível da história mundial. Já na história portuguesa, contudo a sua importância é geralmente desprezada, apesar de os acontecimentoa então vividos terem então marcado profundamente todo o século XX português.

Em Dezembro de 1917, Sidónio Pais, oficial do exército praticamente desconhecido, é levado por um golpe militar vitorioso ao lugar cimeiro da política portuguesa, apoiado num amplo bloco de classes possuidoras, e mesmo do proletariado durante os primeiros meses. O que parecia ser mais um vulgar golpe militar não tarda muito em transformar-se numa experiência política, única e insólita em Portugal e mesmo no mundo, cujo total alcance cujo total alcance só poderia servir de exemplo e fonte de inspiração para o fascismo português e mesmo europeu, uma experiência política e económica a que podemos, com sobejas razões, chamar de sidonismo, considerado por António Ferro como a primeira experiência de uma ditatura moderna.


Introdução

CAPITULO I


O Proletariado Portugués em 1910-1920


1 — O que é o proletariado
2 — O proletariado industrial, da construção civil e pescas
a) Importância numérica
b) Divisão sectorial e regional
c) Condições de vida
d) Organização sindical
   
3 — O proletariado dos transportes 
4 — O proletariado agrícola
a) As classes nos campos
b) Condições de vida do proletariado agrícola
c) Sindicatos rurais

CAPITULO II

Portugal e a Guerra

1 — O movimento operário 1910-1914   
2 — As classes possuidoras e a guerra   
a) Situação internacional
b) As classes possuidoras e as colonias   
e) As classes possuidoras e a crise da guerra
d) O caminho para a Flandres  
3 — O movimento operário e a guerra   
a) O movimento anti-belivista
b) A luta contra a carestia de vida

CAPITULO III

O 3.° Governo Alfonso Costa
1 — A formaçao do governo
2— O movimento operario em 1917
3 — A cantinho do sidonismo

CAPITULO IV

Primeira Fase do Sidonismo

1 — O golpe sidonista
2 — O bloco de classes inicial
3 — O fim da lua de mel do proletariado com o sidonismo

CAPITULO V

O Sidonismo

1- O Sidonismo na agricultura
2 — O Sidonismo na indústria e no comércio
3 — A máquina repressiva do sidonismo
4 — A desagregação política do ,projecto sidonista — Abril-Dezembro de 1918

CAPITULO VI

A Greve Geral de Novembro de 1918


1 — A mudança de táctica da UON
2 — A preparação
3 — A greve de Novembro

CAPITULO VII

O Fim do Sidonismo


1 — A caminho de Monsanto
2 — 0 movimento operário a caminho de Monsanto
3 — A luta contra a Monarquia do Norte
4 — A destruição dos restos do sidonismo
5 — A nova república velha
6 — A ascensão do movimento operário

CAPITULO VIII

Anexos de Textos do Movimento Operário


1— Apêndice ao capítulo «Portugal e a guerra»
2 — Apêndice ao capítulo «O 3 ° ,governo de A. Costa»
3 — Apêndice ao capítulo «A primeira fase do sidonismo
4 — Apêndice ao capítulo «A greve geral de Novembro 1918»
5 — Apêndice ao capítulo «O fim do Sidonismo»

Bibliografia

domingo, 28 de maio de 2017

Integração e ruptura operária / Carlos Da Fonseca

Integração e ruptura operária
 capitalismo, associacionismo, socialismo
1836-1875

"Este livro é uma tentativa de racionalizar o estudo das forças determinantes da sociedade portuguesa durante o século XIX. O quadro cronológico, 1820-1873, é caracterizado por dois momentos importantes: a vitória burguesa que eliminou o velho regime (monarquia absolutista) e a ruptura operária provocada pela A. I. T., ou seja, a passagem ao liberalismo cosmopolita e ao internacionalismo proletário.
O período a examinar não é exclusivamente dominado pela luta entre a burguesia e o proletariado. As coisas não são tão simples como querem fazê-las alguns historiadores da nossa praça. Os conflitos que se impõem ao historiador são essencialmente as dissensões entre os diferentes estratos da burguesia, os tipos e sectores da produção, os discursos ideológicos, etc. E, por isso, que as ideologias produzidas por cada grupo de interesses têm de considerar os termos gerais do afrontamento, independentemente da participação ou não participação das massas populares.
 
E indiscutível que o proletariado acompanhou de perto o combate, como não podia deixar de ser. Foi esta, de resto, a razão que me levou ao estudo das práticas e das ideologias associacionistas. Contudo, penso poder afirmar que antes da intervenção da A. I. T., raramente encontramos o proletariado português fora das ratoeiras integracionistas.

Porém, e mesmo se tudo, durante este meio século, tivesse sido integração e asfixia operária, o que não foi o caso, não seria razão paira eliminar a existência física da classe operária, como fez e continuará a fazer a rotineira historiografia lusitana. Havia, pelo menos, que explicar as causas, as formas e as ideologias da integração. Minimizar-lhe a importância seria o mesmo que dizer que os 40 anos de integração corporativista sob a ditadura em nada transtornaram. a vida do operariado.
 
O leitor encontrará,, junto às teses enunciadas, a enumeração de sociedades de interesses patronais e dados estatísticos. Tais pormenores não traduzem uma qualquer intenção economicista e só por inadvertência alguém as poderia considerar como supérfluas ou, pior, inúteis. As associações patronais interessam-nos no ataque ao antigo regime e na consolidação do sistema, capitalista moderno, dado o papel que desempenham.

Se me debrucei também sobre as ciências económicas, não foi com intenção de as considerar enquanto tais para descrever, uma vez mais, as funções da moeda, do crédito, os mecanismos do mercado mundial ou da concorrência capitalista. As doutrinas económicas interessam-me apenas como armas utilizadas pela burguesia revolucionária contra a aristocracia feudal ou mercantilista. E ainda, embora em segundo plano, como aspecto e justificação ideológica da dominação de uma classe.
Evitei, tanto quanto possível, a descrição ou as apreciações líricas das pessoas ou dns ideias. Aguei e além, julguei inútil recorrer às citações. Em compensação, mantive indicações bibliográficas relativamente abundantes. O que não comporta uma pretensão erudita qualquer ou até o bolor sapiente dos corredores da Sorbonne. Estas indicações destinam-se a arrancar do anonimato um certo número de obras, dando ao leitor a possibilidade de superar a tibieza do texto que lhe proponho, lendo-as com a atenção que elas merecem. Ao mesmo tempo quero mostrar a constância e a intensidade com que foram vividos certos problemas no oitocentos português." p 9-10 



I— INTEGRAÇÂO E RUPTURA OPERARIA

Modelo historico e histéria do modelo
Caracteristicas do capitalismo português
Ideologia e realidade em economia
Factores de estagnaçao:
1 — A tirania comercial
2 — A escassez de capitais   
Evoluçâo do sector industrial
Capitalismo e racionalidade:
    1 — Racionalidade pratica
    2 — Racionalidade teorica
    3 — Prâtica da racionalidade tedrica
Capitalismo, nacionalismo e cosmopolitismo
O  Cabralismo, expressâo do estado moderno
O  Vintismo e a questâo social
A Sociabilidade crista
Silvestre Pinheiro Ferreira, primeiro te6rico português do associacionismo 
Associacionismo e socialismo
As geraçoes de 52 e de 7093

II — DOCUMENTOS DA RUPTURA 

Estatutos da A. P. T. N
Estatutos do Cofre para os Melhoramentos da Associaçao Fraternidade Operaria 
O que é a Internacional
Estatutos da Associaçâo Internacional dos Trabalhadores e das Secçôes da Regiao Portuguesa  
Aos trabalhadores de Portugal em face da revoluçâo
Carta de adesâo da Federaçâo local a A. I. T.
Carta de Nobre França a F. Engels
Da propriedade
Relatorio sobre as actividades da A. I. T. em Portugal
Carta de Nobre França a Magalhâes Lima
A Secçao Portuguesa nas Actas do Conselho Espanhol
Indice dos nomes e autores citados

Editorial Estampa 1975 - 245p.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Hommage à Carlos da Fonseca (1940-2017)

Hommage à Carlos da Fonseca (1940-2017) que nous avions rencontré il y a maintenant très longtemps, souvent ici et la....il prenait le temps. Des rencontres, des discussions qui marquent forcement votre existence. Il avait été marqué par deux livres dont il parlait souvent La dialectique négative d'Adorno et L'increvable anarchisme de Louis Mercier-Vega.

Nous reprenons les propos de la librairie Letra Lde Lisboa.


Carlos da Fonseca (1940-2017)

O historiador Carlos da Fonseca faleceu em Paris, no dia 9 de Maio, na sequência de uma doença com que se debatia, quase secretamente, há muitos anos, e que a partir de certa altura muito debilitou a sua actividade de autor.

Historiador do movimento operário e do anarquismo em Portugal, lega-nos, em particular neste domínio, uma obra considerável, das reedições comentadas de «textos esquecidos» aos quatro volumes, essenciais, da sua História do Movimento Operário e das Ideias Socialistas em Portugal (Europa-América), passando por volumes como Integração e Ruptura Operária (Estampa). Os seus últimos livros conhecidos, Para uma Análise do Movimento Libertário em Portugal e O 1º de Maio em Portugal, foram publicados pela Antígona.

Carlos da Fonseca nasceu em Peniche, onde começou a trabalhar aos 11 anos de idade, passando por diversos e provisórios ofícios. Nos anos 60, refractário ao exército colonial, exilou-se em França,
onde fez longos estudos universitários, primeiro na Universidade de Paris VIII (Vincennes), depois na École Pratique des Hautes Études, onde se acentuou a sua vocação investigativa. Foi professor de história e cultura portuguesa na Universidade de Paris VIII e, posteriormente, na Sorbonne.

Personalidade de uma obstinada discrição, pode aplicar-se-lhe o verso programático de Luiza Neto  Jorge «Não me quero com o tempo nem com a moda». Mas a sua veia satírica, embora pouco exposta, surgiu por vezes em textos não assinados como «Desratização», publicado na revista Pravda, em que investe contra os «fabricantes de opinião»: «Subindo pelos canos de esgoto do vedetariado servil, invadiram a imprensa, instalando-se nas redacções, para daí contagiarem, com visível perigo sanitário, as crédulas populações, através de doses de informação mercenária». A sua obra de historiador rigoroso e influente está a necessitar de uma atenção redobrada. Nestas toscas linhas, daqui saudamos a sua memória de homem inteiro.



quinta-feira, 18 de maio de 2017

Sines na Revolução dos Cravos - O Povo em Luta pelos seus Direitos

Sines na Revolução dos Cravos
O Povo em Luta pelos seus Direitos
 
 
A história da Revolução dos Cravos em Sines é marcada pelo conflito entre o Gabinete da Área de Sines, criado em 19 de junho de 1971, que iria trazer desenvolvimento e progresso a toda a região, mas três anos depois, criara apenas um monstro responsável por expropriações de pequenos proprietários, pela estagnação das obras de construção civil, pela inexistência de esgotos, por danos provocados nos edifícios pelos rebentamentos na pedreira, por falta de habitação e danos à atividade piscatória, e a população que começa a organizar-se formando, logo após o 25 de Abril de 1974, a Comissão de Redenção do Povo de Sines, e depois a Assembleia Popular do Concelho de Sines (em janeiro de 1975) e as comissões de moradores de diversos bairros. ¶ ¶ Em Sines, ao contrário do que aconteceu na maioria do País, as comissões de moradores mantiveram-se ativas muito para além dos anos da Revolução dos Cravos, não como um “poder popular” alternativo, mas com um caráter complementar da atividade da autarquia.


Índice: 

Agradecimentos

I. Introdução. A história do povo

II. Sines: um pouco de história
– Cronologia de Sines

III. O grande projeto que iria mudar Sines

IV. O povo em luta pelo direito à cidade
– Nascimento das comissões de moradores em Sines
– As principais causas que mobilizam as comissões de moradores
– O movimento de ocupações de casas
– Poder popular ou «institucionalização do movimento popular»?
– Autarquia e comissões de moradores em Sines: uma relação de colaboração
– Um «inimigo comum»
– As comissões moradores após o período revolucionário
– Cronologia das Comissões de Moradores


António Simões do Paço, Luísa Barbosa Pereira, Raquel Varela Edições Colibri 130p. 2017

terça-feira, 16 de maio de 2017

Não Podiam Trabalhar com Fome A greve de 1946 nas minas de São Pedro da Cova / Daniel Vieira

Não podiam trabalhar com fome
A greve de 1946 nas minas de São Pedro da Cova
 
Daniel Vieira

Fome, miséria, muitos, muitos acidentes graves. Era assim, todos os dias, em S. Pedro da Cova.

Um livro que nos convida a revisitar um dos trabalhos mais duros de que há memória e a revolta contra as precárias condições existentes, que deu origem a uma greve histórica.
 
Uma investigação rigorosa que nos remete para as profundezas negras das galerias das minas e que nos recorda que, por muito difíceis que sejam os caminhos, há sempre estrada a percorrer, quando existe coragem e determinação.

 
Editor: Lugar da Palavra 2016 - 112p.
 
 
 EN SAVOIR +
  
 

Gestos & Fragmentos un film de Alberto Seixas Santos (1982)


 
Gestos e Fragmentos: ensaio sobre os militares e o poder
 
Um filme de Alberto Seixas Santos, realizado em 1982

Três variações sobre o tema das relações entre os militares e o poder, em Portugal. Otelo Saraiva de Carvalho narra o percurso que o levou, com os seus camaradas do Movimento dos Capitães, da Guerra Colonial ao golpe de estado de 25 de Abril de 1974, e as sucessivas crises que, destruindo a mítica unidade das Forças Armadas, conduziram ao 25 de Novembro de 1975 e ao fim da Revolução. Um professor universitário, Eduardo Lourenço, analisa a descida brusca dos militares do seu "céu político", à política mais revolucionária. Como num romance policial, um jornalista americano - Robert Kramer - procura os culpados do fracasso da Revolução de Abril. Do cruzamento destes discursos, fragmentários, nasce - como num «puzzle», que as várias peças vão completando - a imagem contraditória, fugidia e lacunar dos militares portugueses.  


Disponible DVD chez Real Ficção

A Lei da Terra en DVD du Grupo ZERO (1976)


O processo da reforma agrária no Alentejo é visto através de uma análise das estrutura sociais e da luta de classes, culminando com a ocupação de terras pelos camponeses e pela tentativa de criação de novas relações laborais e de propriedade.

Face à sabotagem económica dos patrões e antigos proprietários, os trabalhadores organizam-se em sindicatos, reclamam emprego e salários justos. Procuram estabelecer uma lei revolucionária: «A terra a quem a trabalha!». Organizam-se em cooperativas e unidades colectivas de produção.

Reagem os agrários expropriados, apoiando-se nos intermediários, nos agricultores do Norte e nos seareiros do Sul.

Realização e produção: Grupo Zero
Realizadores: Alberto Seixas Santos e Solveig Nordlund

Disponible chez Real ficcao dans un coffret avec O meu outro Pais documentaire de Solveig Nordlund

quinta-feira, 2 de março de 2017

Le réfractaire (Septembre 1975) - L'Eprouvette portugaise (Septembre 1975)


Le réfractaire
Organe libertaire pour la défense de la paix et des libertés individuelles.
Les "Amis de Louis Lecoin" N°12 - Mensuel - Septembre 1975.